domingo, 16 de outubro de 2011

Diabulus y el Tiempo de las lecturas

Estranho, estranha,
Estar, ao teu lado estar
E derreter e derreter
Te querer em derreter,
Assim perto e perto e súbita;

Estranhas, estranho
Você-você
Ao correr e correr,
Me ver
E sorrir ao sorrir
Escrever-me
Num fitar, de olhos .

Estranho, estranhas
O hesitar demais falar
De só silêncios,
Fingir desperceber
Teus Olhos-Fogo-e-Âmbar.

Estranharia
Guardar-me-entregar
Em versos, bobos-bobos, os versos
Desses sem fim nem começo nem destino certo,
Que não te trazer pra mais perto.

Estranho serias, Sereia, serás
Em começar ao te reler,
Pois os começos sempre os começos
Tocam linhas de puríssima Inexatitude .
E o tempo é contratempo,
Desculpa, compasso, ilusão.
E a tua saudade arde, e a tua rima queima.
E esse silêncio me consome, e eu quero essa certeza,
Em certa incerteza eterna e perene passageira-estrangeira...
De um só sorriso teu ao ler estas palavras e saber que são mais que tuas.
São você e nada mais.










sábado, 24 de setembro de 2011

Papiro e Ampulheta

"Os textos são pessoas,
Os poros e vozes que vazam
Nas falas e no toque dos papéis
Que encenamos neste palco"

Uma pergunta:
Quem é você?

"O te achar por acaso
Por entre essas areias de Cronos,
O toque das tuas mãos
Nas bordas da noite."

Despertas dos devaneios
E cuida desses teus anseios cálidos,
Controla mas nem tanto
Teus impulsos mais súbitos,
Freyja, teus instintos
Mas não essa pulsão.

"Se são esses grãos de areia
Que te envolvem,
Se são esses teus passos
Que te voltam em praias já nem tão desertas.
Se são esses teus sonhos que se desenham
Nas pegadas da mais improvável realidade"

Deserto sou eu, decerto,
Por certo, Poeta.

"Desertei da saudade pra te encontrar
Só, no tempo dos tempos
Que não se tocam."

Desertastes das palavras e dos versos,
Dos fragmentos, das respostas.
Até o último grão,
Até o último grão!
Dos fragmentos, as respostas,
Dos versos, as palavras...

"Dos desertos que se findam em oásis,
Dos pergaminhos em histórias,
Dos sonhos submersos que transbordam
Nas marcas mútuas que cravamos na pele."

domingo, 11 de setembro de 2011

Basia me



Como condensar experiências em palavras? Vez ou outra me pergunto sobre os que procurei, aqueles que recusei, os que vieram e cá ficaram cristalizados na memória, ou mesmo os que me foram roubados. Vez ou outra me pergunto sobre aqueles que viajei justamente para não encontrar, pois de tão idealizados chegavam a quase tocar a eternidade. Vez ou outra bate aquela vontade de voltar para um único dia transitório e geográfico, eis que lhe extrãno mais que tudo. O tempo passa e parece que mil fragmentos de mim vão se desprendendo pouco a pouco em memórias, em histórias a serem contadas ou ao menos traduzidas nessas linhas que desafogam e conectam. Os lábios perpassam tantas dessas idéias e pulsões e silêncios que pacto e proximidade os tornam unos e o que subexiste são intensidades...

Pois vez ou outra me encontro aqui, os olhos fechados aos que me entrego em-não-prever e fazer das tuas surpresas o meu bálsamo.


domingo, 7 de agosto de 2011

A leitura poética












Na metade do dia

Em um círculo na beira da praia

Sóbrio.

O suor escorre por meus braços

Uma gota de suor na areia

Eu a pressiono com um dedo.

Moedas vermelhas, dinheiro de sangue

Ô mô pai devem pensar que amo muito tudo isso

Mas é só para o pão e a cervejinha e o aluguel

Dinheiro de sangue

Tenso malditos piolhos sinto-me mal.

Mendigos ato-falho, falhando

Uma mulher se levanta,

Atravessa porta-afora

Bate a porta.

Um poema imundo

Já me disseram para não ler poemas assim

Aqui.

Muito tarde.

Algumas linhas se embaçam aos olhos,

Eu leio

Tiritando

Malditos piolhos.

Ninguém escuta minha voz

E digo

É isso, desisto,

Está tudo acabado.

E mais tarde no quarto

Com Scotch e cerveja:

O sangue de um covarde.

Deve ser esse então

O meu destino:

Escrafunchar os centavos dos pequenos corredores escuros

Em que releio poemas de que há muito me cansei.

E costumava eu pensar

Que os homens que dirigiam ônibus

Ou limpavam latrinas

Ou eram assassinados em becos

É que seriam idiotas.

domingo, 24 de julho de 2011

Ensaio
















As portas abertas de Outono trincaram no dia em que resolvera sair de casa; não de uma, nem de todas. O vendaval que iria desterrar as raízes de seus passos se insinuou de leve na beira da escada imaginária, daquelas que nos conduzem solícitas em suas falsas geometrias de pintores calados.

As vozes e cores se mesclavam aos ruídos externos, um tom cinza claro de folhas que caem em adeus e perspectiva. Custódia, o impacto singular de se perder aos poucos por esse mundo, de se ver esvair assim quase sem marcas - o peso de olhar para esses olhos mudos que te seduzem, azuis ou verdes assim-sem-cor, que tudo desbota enquanto você guarda esse silêncio-grito-esgaçado-flor de alguém que lhe espera a alguém que lhe traduz.

Inexorável, a apatia da incompreensão. Ela nos devora e consome e insone saliva seus hábitos de fome, seu hálito triste de folhas-secas-sem-amor que só sabem não-voltar, mas que já não sabem onde ir. Pois as gravidades Newtonianas do destino só se negam diante de tornados, eis que as folhas negras queimam em rituais e rodopios a salgar o diabo das recordações.

As recordações! Não fosse elas, você não sofreria processos - já nasceria assim eternamente criança com face de careta-grudada em janela de vidro, sempre a observar e idealizar as outras por entre o vislumbre das fábricas Wonka, corroendo e sonhando por dentro enquanto tudo ao seu redor começaria a flutuar...

“E tu não tens porque agradecer as minhas palavras quase-mudas ou a compreensão sistêmica calejada de nervos e amores. Basta me permitir o silêncio ou suspiro de te guardar e proteger assim, ao tempo de um abraço.”

“...mas não, o mundo se cala e ninguém sabe nem-deonde-nem-dequando-ou-porquê de você ir desvivendo assim aos poucos, de leve, carregando apenas o peso das cobranças sem nexo de todos que não te enxergam. “

“E não sabes tu que penso em ti quando tu te somes e divago assim ao meio da noite por qual destino e viagem perambulas? Que anseio por te ver mesmo que assim tão súbito e sabendo tão pouco e curioso pelos convites sutis dos teus olhos-quase-poentes?”

sábado, 9 de julho de 2011

Horizonte
















"To say what's in my heart
Sitting there by your side
Anyplace, anytime, anyhow."

O teu delinear
Me escapa em sutileza;
Os contornos de solidão
A se perder em meus traços...

Inversos.

Teus olhos rasgados,
As minhas asas em trapos,
O palavrear dos incêndios
A nos abarcar em chamas.

Os passos.

Essa urgência
Que nos incinera
Por dentro,
E aos poucos.

Tua voz.

Teu jeito de sorrir
Que me faz acreditar
Ser talvez passageira
A melancolia oriental
Dessas saudades assim,
De súbito e táteis
E quase-tão-exatas.

Espaço, milímetros.

Vício em poesia,
O café elétrico
Das tardes
Que se lhe escrevem
Bem aqui ao meu lado...

Tuas costas.

A câmera desfoque,
Os gestos trêmulos
Das línguas que se descrevem
Para além das palavras.

Silêncio, o teu.

A face oblíqua da noite
A escorrer em teus cabelos.
O desdobrar desse roteiro
Que descubro e reinvento
Por detrás de meus óculos.

Paraíso, o meu.

No sutil momento
Em que por acaso
Você lê,
Nos meus lábios
O contorno dos teus.

domingo, 26 de junho de 2011

Box











I'm not much of a poet,
I'd say
If I let you escape.

I'm not much of a poet
If u who are my dearest reader
Will not get a chance
To contemplate my inner self,
This true recollage of fragments
I try to alter, I try to fix
But there ain't no fixing
In the middle of the night
Without creation.

I'm not much of a poet
If I only want some hugs
Or a couple old words
to exchange without
Your loving smile,
The sweetest I could
Ever dream about.

I'm not much of a human,
If I cannot change,
And I might be able
To still seize a chance.

I'm not much of a man
If I travel the world
South and around
Just to find you
And keep on hiding
everything behind
These blue pale eyes
of yours, and mine.

I'm not much of a friend
If I consciously try
To erase all the good memories
You had of me, and I do that
Again and again and again,
And I don't put a stop
To this acting like
My own lonely God.

I'm not much of a writer
If I don't share my experiences
With those I am passionate about.
I don't feel myself fit for the reading
Of actions or pretensions of any kind.

If I want your hearing,
It's just for the sake
Of voicing your soul
And reminding you
How much I care
About us
and all the moments
You have spent
Thinking of me.

My story only exists
within your memories,
After all and the sands.
And I really want them
To shine like the crazy diamonds
They are all meant to be.

For you who are
The dearest listener
Of my silences and choices,
And who still believes I can pull
A trick or two
Out of Pandora's .

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sparkling eyes




















Consciente, inconsciente,
A tempestade que se anuncia
Cerebral, visceral.
As partículas, sólido-luz
Onda arrebatadora que seduz.
A alma em bordas lunares,
Os frascos de sol e trigo,
A sacerdotisa do dia
A se partir em meios
Fragmentos, meridianos,
Lunetas, caleidoscópios.

Esse olhar desfoque,
Que te vê e te induz.
Esse descompasso
Entre viver e não saber,
Surpreender, perceber..
As cores da Lua
Que a gente veste
De súbitos e vermelhos
E eclipses em constantes.

O apagar de estar ao teu lado
E não verbalizar, por assim
Me encontrar, tão distante.
As faíscas traunsentes
A magnetizarem-se em ti,
Elétrica proximidade.

Insensata essa liberdade
De te falar em silêncios...
A urgência dessas palavras
Que não surgem dos lábios.
A imanência destas outras,
Cravadas em versos inquietos.
As tuas leituras a relampejar
O que teus olhos já sabem:

Em devaneio e desejar,
Ecos de não escolher
E talvez te despertar...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Versos teus

"Versos meus, os lábios
A recitarem-se de leve nos teus,
Os pátios de Deleite;
Seus olhos atemporais
Em palcos perpétuos,
Sonho e Devaneio."

Vez ou outra procuramos
Nos signos e estrelas,
Na palma das mãos,
Formas de nāo verbalizar,
De um dizer não dizer
Mais que sonoro,
Transcedental.


Pois existem palavras
Que a gente
Simplesmente não diz;
A gente apenas cala
Na boca que se gosta.

domingo, 15 de maio de 2011

Rume logo esses dados - Charles Bukowski

Se você vai tentar,
Se jogue mermão,
Ou nem comece.

Se vai tentar,
Jogue duro até o fim,
Nem que perca a namorada,
esposa, os trabalhos, parentes,
talvez até a própria cabeça.

Vá até o fim.
Seja sem comer por 3 ou 4 dias,
Congelando no banco da praça.
Seja na prisão,
Aprisionado em escárnio,
zombaria, solidão,
Isolamento.

A clausura é o néctar.
Todo o resto é ensaio
De irreticência,
Do quanto você realmente
Quer fazê-lo.
E assim o fará,
A despeito de retaliações ou rejeição,
E será melhor
Do que qualquer coisa
Que algum dia você possa imaginar.

Se for pra tentar,
Vá até o fim.
Não há nenhuma sensação
como esta.
Você estará sozinho com os Deuses
E as noites condensarão em fogo.

Vá, faça, não pare,
Faça.

Até o fim,
Até o fim.

Você cavalgará a vida
em seu mais perfeito riso,
a única boa luta
num caminho nunca findo.

_________________

Créditos a Vanessa por trecho e sugestões. ^^

domingo, 17 de abril de 2011

A você mesmo

"Faz um tempo, eu sei
Que decidi escrever e guardar
Todas essas sensações...
Só para teus olhos curiosos."

Quando acaso e encontrar se tornam paraíso.
Quando o teu sorriso me desarma.
Quando só pensar em você...
Torna em silêncio o meu mundo.

"Eu nem sei bem
Como fui te conhecer,
Assim, por aí
E sem qualquer intenção."

Quando você que é sonho,
Sonho lépido e errante,
De repente passa a existir
No meu mundo.

"Eu nem sei bem
Como viestes a te tornar
Parte das minhas palavras
E versos e devaneios."

Quando esse pulsar
De instante e horizonte
Se concentra em fração aleatória
De Desejo-inexplicável,
Desejo perdida por entre sóis e nuvens.

"Faz um tempo, eu sei
Que decidi calar por aqui
Todas essas imagens tão súbitas,
Só para entender onde estou."

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Pois a chuva continua a cair lá fora, intermitente. E certas coisas são apenas inexoráveis, ou levam mais tempo do que se pode prever. Outras, ainda, se encontram naquele processo de composição frágil que qualquer ventania pode ruir ou levar embora por essas faunas citadinas. E eu realmente não me preocupo com isso, apenas queria dar voz a esses teus reflexos tão meus...

Porque por mais que futuros se projetem, o Agora sempre vai ter esse quê de completude e absoluto que a gente vislumbra em nossos quase-que-perpétuos processos de autocomposição, expectativa e desapego.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Astray, Phoenix.

"Sweet"

Surpreende,
Mesmo em silêncio,
Em perspectivas, eternidade.

"Spooky town"

Os passos correm por entre árvores de pedra,
A tinta a jorrar febril dos ramos crônicos,
Fractalmente esculpidos por Cronos.

"Snow is crackling cold"

Os flocos fatalmente a definir
A geometria das tuas idéias,
O bailar de possibilidades.

"With the moon I run
Far from the Carnage of the firey Sun"

O navegar por entre ares e palavras,
Earëndil, marinheiro de inexatas ondas púrpuras;
Nubilíneas, tuas constelações de sonhares.

"I'll bleed you dry"

Os contornos desses versos em nuvens,
O sangue antrópico de desertos e praias,
Essas areias que nos prendem e libertam.

"A storm bubbling up from the sea"

O meu oásis nesse fluxo frenético,
De viver em onírico improvável
Nas tuas mãos evanescentes.

"Ashes and ashes,
To the dust I drag it all
Into an hourglass,
Just to see it burn
Back in fire, once again"

segunda-feira, 7 de março de 2011

Silêncio e Nostalgia

À meia-noite fitei o sol a bailar em listras preto e branco na borda da cidade dos sonhos.

Paradoxo,
um daqueles filmes antigos em que movimento fala mais do que palavras, em que elas se escrevem sozinhas por detrás dos teus olhos. Fiquei estático a contemplar o cenário, as pessoas ao meu redor pulando, o mundo repleto de cores e a lua inusitadamente a engolfar meus pensamentos soturnos para muito além daqueles olhos oceânicos que Neruda um dia viera a me mostrar em seus versos-espelho.

Não sei exatamente contar esses quadros e reflexos que flutuam diante de mim em segundos abruptos e algo atemporais. Não consigo precisar os minutos que me pego a pensar em infinitas possibilidades ou a hora em que tudo se resume a um desejo mais que óbvio para além desses silêncios reticentes...

Sei apenas que guardei todos esses teus raios e sorrisos em eclipses oníricos bem aqui, dentro de mim.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Faia

"A faia é a melhor árvore para inscrever mensagens: coração que nela se grave não se apaga, antes se expande sem distorções e dura uma vida inteira"

Faias e aqueles tipos de idéia que a gente sempre sonha em reescrever.

"
Por mais que as palavras mudem, sabes que te gosto..."

"Porque talvez só ao teu lado e nos teus olhos eu possa brincar de um dia acreditar no amor."

"Porque tu faz mais falta do que imaginas, e saudades sempre se concretizam em ações ou palavras"

"Porque eu já te vi e seres mágicos a gente nunca esquece"

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Saudade...

Que mergulha em palavras como quem se afoga em nuvem-carbono-oxigênio. Descoordenada, sistêmica, evaporante a sentença autofágica. Devora idéias como quem desliza entre histórias, colhendo passagens, o asfalto-silêncio das mesmas.

Fumaça, fuligem, a flor das memórias em chamas desbotadas, transe; some, desaparece, entretece presença inesperada. Corre por Atlântida de ponta cabeça, atlante espera - ampulheta a cair em reflexo de estrelas oceânicas, salgando celestes os teus livros ainda-não-lidos.

Silenciosa saudade, nua em partitura a se compor, fragmentada logo ali ao teu lado, a ensaiar palavras em prelúdios, não ditos. Os ecos dessa mesma saudade universal que transborda tua boca em citações, com essas tuas idéias tão lidas, tão suas, tão veementes que engolfam cor e alma em tua face, leitora.

Silente saudade, que em mim se torna melodia e curiosidade. Nem sei bem quais são essas cores azuis da saudade. Mas sei que elas, aqui, te eternizam.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Agora

Eu me apaixono por você
Toda vez que lhe vejo.
E esta talvez seja
Uma das mais eternas
E melhores sensações da minha vida...

Porque ela só existe no tempo
De um sorriso teu.

Vou sentir saudades,
Sempre.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Perspectiva

Ela é um jogo de mistérios,
Entre espelhos e vendas,
Ora em foco, ora escondida.
Feérica.

Desaparece num passe,
surge inesperada no outro.
Transita em ritmos diversos,
e por vezes me pergunta:
em que frequência
tu te encontras?

Ela é magnética,
com seu jeito de música,
sua voz em compasso, seus olhos
a refletir melodias.

Ela te conquista
sem nem perceber,
E ao mesmo tempo
se pergunta:
Por que não tornar
estas notas-tão-só-acordes?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

There's a lot inside of u, a lot inside of me

"Elétricas as borboletas,
Partem, partem,
Pele, pulso e ampulhetas."

Certas vezes nem todo o amor do mundo cabe nas palavras quase mudas de se dizer adeus com os olhos marejados... Certas vezes as palavras não ditas, como as cartas nunca escritas, como os versos que só se criam na mente do poeta... Certas vezes as fotos, as fotos, as músicas e tudo que me faz lembrar de você, presente e despedida em silêncios, quase que tão eternamente guardados a esperar por um de teus olhares...

O me afogar de outros universos nunca é o não pensar em você, porque só você é capaz de transformar sentimentos há tanto arraigados em silente expectativa de que... de que talvez, e tão somente talvez... em outro tempo, em outra vida, num mundo à parte; talvez...

"And all the world is made of energy, and all the world is possibility"

domingo, 6 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

You

Tu és brisa em hidrogênio
que energiza minhas sinapses
enquanto nas areias eu espero,
dormentes as engrenagens...

Tu és alma e epiderme,
flash estival carmesim
em que se aquietam as tempestades,
cujos negros olhos são os ecos
de um silêncio abissal abaixo dos poros,
cruzando os ângulos de minha solidez
a retornar em teus pêlos hirtos.

Porque sou apostas e vadiagem,
a refletir a imediatez surda
desses sussurros que se retardam,
enquanto outros explodem
em um milhão de elétricos segundos
além de profecias, suspiro e deicídio.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Fjäril















"Às vezes parece que o mundo desaparece dos meus pés só de ouvir a tua voz..."

Porque se eu tivesse asas como as tuas,
te encontraria em qualquer lugar do mundo
por entre ocasos e madrugadas.

Porque em algum momento,
beira da praia entre estáticas areias,
esses teus olhos oceânicos
que velejaram o mundo inteiro
estão a repousar sob os meus.

Porque me ensinastes a voar
e a ser livre como el aire marítimo,
que trespassa pensamentos
e inebria nossos sentidos
em frações de segundos.

Porque és como el fuego
em teus instantes, tempo e desatino,
inesperado e crepitante o destino
que te fez cruzar o meu caminho.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

El Fuego y la Fotografia




















"As pessoas são livros já escritos; a gente apenas entra na vida delas e desescreve algumas linhas"


Racionalizamos certas coisas em excesso, mesmo sabendo que isso limita os sentidos. Construímos nossos próprios mecanismos de fuga e auto-controle, de tensão, intenção, ironia e disfarce. Acordamos no meio da madrugada a ver o sol nascer e escrever como se todas as palavras fossem partes de si sendo arrancadas, pouco a pouco, como em necessidade canibalística de autoconsumo, efervescência... Fragmentos de conversas, de leituras, de fotos e olhares, palavras e oxigênio em entrelinhas. Caminhamos pelas alamedas da noite em ébria expectativa, a não nos preocupar com destinos e fados - ou mesmo com a involuntariedade dos mesmos - a sermos assim, cativados em momentos e leituras dos mais improváveis e esperados: os teus. Seguramos as mãos de alguém em promessas não verbalizadas, confusas, desajeitadas, sem pressa e desconfiadas, firmes, quentes e urgentes como os mais intensos incêndios, e por isso mesmo inesquecíveis.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Transitar

Entre vermelhos, fogo,
Fjäril, presença,
inconstância, madrugadas,
Morfeus.

Como que movendo-se, por entre folhas,
risadas, fogos-fátuos,
Cuentos de Hadas.

Como que mais uma vez,
em tantos anos,
a fechar os olhos...