sexta-feira, 27 de abril de 2012

Em 22 primaveras


Das flores, eu encontrei
Os versos podados.
Antes os olhos meus
Que rasguei
Primeiro,
Que todos os sábios
E santos 
E loucos...

"Antes os sonhos teus
Que os renego um a um
Se tu nāo me surpreendes."

Eu escondi a minha poesia
Na tua boca, a semente
Dos meus versos brancos
Que abandonei 
Na idade dos sonhos.

"A semente que se devora,
Que se regurgita,
Que se masca,
A semente que desossa
Nas prisões da eternidade."

Pois não é você a face de Deus
Que encontrei nessa vida?
Você que é o meu oráculo,
Você que mesmo sem saber
Sempre me mostra o caminho.

"Você que escreve aqui, comigo,
Hibernando aquelas lágrimas
De dentro,
Marcando as páginas
E os textos
De  memórias
Das mais imaginadas..."

Você por quem eu rezo baixinho,
E que afasto de meus espelhos e rituais.
Você a quem ofereço minhas preces
Em todo despertar com olhos de velcro.

"Você que, como eu,
Vive e escreve
Em Cuentos de Hadas..."