domingo, 17 de abril de 2011

A você mesmo

"Faz um tempo, eu sei
Que decidi escrever e guardar
Todas essas sensações...
Só para teus olhos curiosos."

Quando acaso e encontrar se tornam paraíso.
Quando o teu sorriso me desarma.
Quando só pensar em você...
Torna em silêncio o meu mundo.

"Eu nem sei bem
Como fui te conhecer,
Assim, por aí
E sem qualquer intenção."

Quando você que é sonho,
Sonho lépido e errante,
De repente passa a existir
No meu mundo.

"Eu nem sei bem
Como viestes a te tornar
Parte das minhas palavras
E versos e devaneios."

Quando esse pulsar
De instante e horizonte
Se concentra em fração aleatória
De Desejo-inexplicável,
Desejo perdida por entre sóis e nuvens.

"Faz um tempo, eu sei
Que decidi calar por aqui
Todas essas imagens tão súbitas,
Só para entender onde estou."

----------

Pois a chuva continua a cair lá fora, intermitente. E certas coisas são apenas inexoráveis, ou levam mais tempo do que se pode prever. Outras, ainda, se encontram naquele processo de composição frágil que qualquer ventania pode ruir ou levar embora por essas faunas citadinas. E eu realmente não me preocupo com isso, apenas queria dar voz a esses teus reflexos tão meus...

Porque por mais que futuros se projetem, o Agora sempre vai ter esse quê de completude e absoluto que a gente vislumbra em nossos quase-que-perpétuos processos de autocomposição, expectativa e desapego.

Nenhum comentário: