quinta-feira, 20 de março de 2014

Das portas abertas

Todos os dias, meu bem, o tempo se derrama em nuvens como se fosse mar. Tua flor é tempestade, tua água escorre de todos os céus.  Do alto do desse  mundo , eu sou o presente que você me deu. No silêncio desses dias que murmuram cores de carnaval, no compasso das trilhas que caçamos pelo horizonte, na carne desse campo que você, de repente, abre no meu peito.  Eu deixo entrar o sol. Escrevo teus passos na lua. Enceno o teu olhar ao assobio do vento. Encarno em mim todas as frases do litoral ao acordar desse mundo. Fico com o gosto praioso da valquíria ao beber de minhas fontes enquanto cavalgo a noite sob a benção de Kali.

Atravesso a aurora.
A pele trepida.    
Sou Eos.