domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ao livro que ainda não li.

Ao livro que ainda não li.

Quanta poesia é arte que infesta tuas idéias,
a impregnar versos sem papel de escutadelas?

Palpáveis em abstrato, quantos de nós
constroem sobre frouxo nexo
os não-delírios de outrém?

Gárgula, observa e basta,
Escoa a água turva,
As sílabas, as perdas, as pernas;
A coisa dura, coisa-pedra.

O vislumbre das olheiras do tradutor narrativo,
Suas falas, sua terra, guerra de seu mundo
Que cá em Bahia mal ouvi falar...

Desinforma o Sensato, incenso, contrasenso;
Forma essa deforma que diz forma:
Desanda, desfaz, desdobra, desonera
O Leitor e o Vestibulático dessa história!

Mas deixa ao vento esse termo terno consumado,
Fato – és o que ainda me resta
D'uma dessas memórias de dezembro...