sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Acropatias.

Em questão de fechar
os olhos semi-abertos dos devaneios,
égide dos anseios...

A perambular por aí,
flutuando por caminhos,
pergaminhos,
permutâncias,
instâncias de personificações
lhe-bi-diz-antes...

A prear perambeiras,
talvez plantando bananeiras,
talvez pensando demais
em não pesar o não pensar
e não pensar o não-pesar,

Pesar de que'inda torna-se
rodopiante aos olhos
de brinquedo
das finitações
interpretantes
dos teus passos-ensejos
a buscar outras realitudes...

rádio-ativas,
retroativas,
anacronizantes.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Epiderme da noite

Vermelho de internos espelhos, escarlates cortinas, palco bordô de intensidades citadinas.

Dizem que a cidade é um mundo em labaredas, que estas e aquelas são como cinzas e pessoas. Sempre crepitam em tons fugazes demais para serem alcançados, intensos demais para serem comedidos.

Por vezes o fado dos incompreendidos é esse pôr-do-sol que nos consome, enterrando-se no horizonte de um futuro inexistente em que a nossa alma'inda grita você, e grita agora, e chora o embora...

Por vezes o porquê nos escapa, num quê de nostalgia e cheiro de incenso. Num movimento de intento, vezes lento, vezes seco, vezes inexatidão de lábios e línguas e mãos numa tarde de verão em que o tempo pára, e as lembranças passam assim tão rápido...

E só sobram essas estrelas solitárias nos teus olhos, fitando a cor das memórias; a descortinarem a pele dos teus sonhos, na alvorada dos desejos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ei, você que está lendo

É jeito de olhar
Que diz: seus olhos!
Jeito de olhar
que me deixa assim,
bobo, poeta,
intermitente.

Jeito de olhar que fala
De Amy winehouse,
De inquietações,
de coisas e coisas
e de silêncios.

Jeito de olhar que
Me aparece assim
Do nada e do tudo,
Como se fosse nuvem
E carregasse o sol,
E a chuva, e o arco-íris.

Jeito de olhar que me fascina,
Assim, com seus olhos num espelho,
Seu retrato em minha alma;
seu coração a navegar
a brisa das cidades,
feito tufão e calmaria,

seu pensamento deste instante,
surfando por entre meus versos
e seguindo a canção.

"cuz I've been black
but when I come back
you'll know know know...."

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Entre-e-abre-e-toca-e-foge

De onde surgiu o voto de escrivinhar sem possibilidades? Hm... Da dualidade de non cristalizar desafios delirantemente religiosos como esse:

Sim, amarelo, livro, livre,
tiro, trisco, trevo, minto,
trinco, treme, leme, geme,
semi, demi, vagas, trasgas...

Oh, jizuis! Trasgar, trasgar,
O universo, num engasgo,
num fasgo, num gesto,
fagulha interditente;

Rasgo, rasgo, ascolificante,
Hilariado, inesperante.

Oh, jizuis!,
e seus olhos azuis,
azuis, coloridos,
um anis...

Minerva, minerva,
'ssa'spera, 'ssa leva,
'ssa farta de quismera

Que com esmero, esmero,
Esmero'eu, comprando
leite e banana
nus mercado.

Amarelo, laranja,
Trasgo 'scopo e a noite...
sobra-se nem ela.

E quarela, quem, quem...
bem, bem, oh-ela:
Sorrindo n'otro canto
Da cidade, de sardade
Do mar, do mar,
De verdade,
Na realitude
D'ssa nossa
Juventude,
Jogada aos vento,
em entretinimento
ao tempo, aos tempo,

De ledores,
Credores,
Dos ardores
Desses amores

Que parecem sufocar,
quando não se vão a tornar
Sorriso,

Sem antes,
Distantes,
Bastantes
- sem nem em instantes...

Que tu estanques.