segunda-feira, 7 de março de 2011

Silêncio e Nostalgia

À meia-noite fitei o sol a bailar em listras preto e branco na borda da cidade dos sonhos.

Paradoxo,
um daqueles filmes antigos em que movimento fala mais do que palavras, em que elas se escrevem sozinhas por detrás dos teus olhos. Fiquei estático a contemplar o cenário, as pessoas ao meu redor pulando, o mundo repleto de cores e a lua inusitadamente a engolfar meus pensamentos soturnos para muito além daqueles olhos oceânicos que Neruda um dia viera a me mostrar em seus versos-espelho.

Não sei exatamente contar esses quadros e reflexos que flutuam diante de mim em segundos abruptos e algo atemporais. Não consigo precisar os minutos que me pego a pensar em infinitas possibilidades ou a hora em que tudo se resume a um desejo mais que óbvio para além desses silêncios reticentes...

Sei apenas que guardei todos esses teus raios e sorrisos em eclipses oníricos bem aqui, dentro de mim.

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