quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Os Olhos de talvez

Os teus cabelos como freixos,
Enroladinhos, enroladinhos,
Como moldura em forma de canção,
Versos em tom de chocolate...

Em suas espirais de acordes, livres-livres,
De divagações dubilíneas, nuvens coloridas,
A tua pele a razão pelo qual o Sol
Desceu um dia até o mundo
E disse que se apaixonou...

Os teus pensamentos,
Um instante o teu sorriso,
Escondido nesses lábios e gestos,
Nesse teu corpo a transpirar
Silêncios e imagens...

Passeando pelas bordas e seixos
Das palavras distraídas,
Descontraídas,
Desconstruidamente apaixonadas
Por essas entrelinhas subjetivas
Do nexo dos amares

E eis que há mares e mares,
Nunca dantes descritos,
Nunca dantes esculpidos
Para serem navegados
Ao balançar do entardecer,
De uma rede de momentos
Perdidos em eternidades,

Quando esse mesmo Sol toca teus olhos,
E o teu corpo é imensidade,
E a lua ergue estrelas
Ao redor dos teus desejos,
Em perfumes de singelidade,
Com esse teu cheirinho gostoso
De óleo de lavanda,

Essência de míriades
E possibilidades assim,
Adornadas em alfazema;
Feita elisão arrebatadora
Além de fragrâncias elísias,

Quando a tua fala é melodia,
Que embala as minhas vozes
E torna este poema paraíso;

Quando esse teu jeito
É reflexão inexplicável
De poesia em movimento,

De cristais d'água
A espelharem
As paixões eternas
Desses nossos olhos
Que buscam
Liberdade...

2 comentários:

Anônimo disse...

Seus poemas são tão geniais quanto os que leio em alguma pagina de alguma pessoa que já morreu... É tão simples e genial...
=]

Anônimo disse...

acho que poucas vezes li algo tão lindo e que me despertasse tanta comoção.
lindo