sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Capoeira

"Aû, Aû, um rabo-de-arraia
Tava na bêra da praia
Quando o navio virou,
Quando o navio virou..."

Ah, minha adorada,
Meu símbolo da noite,
Minha alvorada
Que devora-me
Por entre palavras
Rarefeitas de sereia,
Escondida em Netuno,
Divagante em seus gestos
Orbitais de brisa das estrelas,

Quando o universo é tua praia
E o céu já não tem limites...
Quando Desejo é maior que Ensejo,
E um Arpeggio sinestésico
Ensaia suas frases
No burburinho maroto
De tuas palavras nunca ditas...

É madrugada
E meu pensamento
É ocê, num vê?

Crê em meus ditos,
Desditos contraditos,
Bandidos não benquistos
Por esses teus olhos
Que fitam longilíneos,
Cheios de ginga e astúcia,
Os malabares espelhados
Desse teu sorriso
Inquietante...

Que se torna momento,
Do qual eu sou cativo,
Eis que navego funâmbulo,
No fundo do circo esverdeado
Das coisas do mundo
De cabeça para baixo,
Sob o palco dos amanheceres
Que ainda não chegaram...
E das noites que nunca me deixaram.

"Dormi sonhando com o birimbau tocado,
Vejo uma roda com Besouro e Paraná.
Fico lembrando desses mestres do passado,
Sinto um desejo danado de capoeira jogar.

Faca de tucum matou, Besouro Magangá
Faca de tuntum matou, Besouro Magangá"

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah... Suas poesias...
Algo que eu sempre espero pra ler...
Rotina ansiosa...

Jessy disse...

Linda poesia.......
adorei...
Beijo