quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tura mali


Nefelibata,
Tropeço entre nuvens
Nos caminhos do céu.
Faço dos meus sonhos
Desenhos, faço deste palco
Um castelo de chuvas.

Escorro ao mundo dos mundos,
Toco a terra molhada,
Afago as raízes
Deste sol
Que me é espelho
E brota de dentro
No contorno do sorriso.

Fico deitado
Na grama ao teu lado,
A não contar as órbitas
Das preces e dos sonhos,
Da pressa dos presságios
Do possível das estrelas
Dos teus olhos...

Ao teu corpo, o meu deserto:
Sê tempestade e me encharca,
Corre e me enfeitiça
Por estas dunas...
Sê vendaval
E me consome
Ao virar da ampulheta.

Pega estes versos
Em areia e pergaminho
E sopra-os ao vento.

Faz vingar o nosso oásis
Em que a sede do toque
E o compasso do abraço
Se perpetuam ao balançar
Das palmeiras.

Faz do meu corpo
Paraíso,
Enquanto ele
se fragmenta
Com o teu.

Faz desse meu tempo
Um só universo
Assim, assim,
Juntinho do seu.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Faz desse meu tempo
Um só universo
Assim, assim,
Juntinho do seu".

que coisa mais linda...
é tão forte e ao mesmo doce que confunde. chega a ser palpável de tanta beleza. se fechar os olhos creio ser capaz de enxergar teus passos...
Diferente de mim você escreve bem a qualquer momento... eu só escrevo quando a tristeza chega ao coração...