Ao livro que ainda não li.
Quanta poesia é arte que infesta tuas idéias,
a impregnar versos sem papel de escutadelas?
Palpáveis em abstrato, quantos de nós
constroem sobre frouxo nexo
os não-delírios de outrém?
Gárgula, observa e basta,
Escoa a água turva,
As sílabas, as perdas, as pernas;
A coisa dura, coisa-pedra.
O vislumbre das olheiras do tradutor narrativo,
Suas falas, sua terra, guerra de seu mundo
Que cá em Bahia mal ouvi falar...
Desinforma o Sensato, incenso, contrasenso;
Forma essa deforma que diz forma:
Desanda, desfaz, desdobra, desonera
O Leitor e o Vestibulático dessa história!
Mas deixa ao vento esse termo terno consumado,
Fato – és o que ainda me resta
D'uma dessas memórias de dezembro...
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