quinta-feira, 19 de junho de 2008

Impressões

Carrego dentro de mim a ternura insaciável dos textos-não-redigidos, pródigos filhos e destinos que se acanham diante do inevitável sussurro dos sonhos palpitantes a desenrolarem-se nas labirintudes circadianas de teus olhares curvilíneos. Enclausurados na inevitabilidade dos reflexos, livres em virtudes de acordes dilacerados pelas sombras da constância, afogados em extasias de miasmas sufocantes, alucinados ou alucinantes... Lúcidos como esta trama insatisfeita, de dizeres enrolados à procura de retortas, confeitas em pêssegos de desviados olhares ignosatisfatocêntricos do palco das histórias.

Um rodopio num canto estrelado do teu sorriso, à meia tinta de volúpias e bocas e palavras ditas indecentes, tão somente inconcretas; incompletas em suas inefabilidades, divagantes pela solidão eternamente nostálgica de delirares descompostos sobre abas e chamas de retalhes suspirados, suspirantes, sufocados ou sublimantes...

E eis o Eu, lírico como se Teu já o fosse, ou algo próximo disfarçado em breves sonatas que tornar-se-ão solertes incertezas diante de tuas versúcias sorridentes.

Ah, lépidas vertigens de quem me dera um dia provar os teus chamegos, os teus lábios, os teus seios, os teus olhos e contornos feéricos mais que iridescentes. Repousar minhas idéias no teu colo, meus pesares ao olvido de meus olhos no oceano dos teus. Meras imagens e sereias presas na areia do tempo, nos cascalhos e folhas secas de Outono inexistente...

Vivo no limiar de estações imemoriáveis, que se tornaram fogo e cinzas e zênites de gravitações intransverbalizantes, abalsamadas na paradoxia de meus sonhos mais próximos e mais distantes. Vivo como se tocasse o antes, advindo às sibilas onduladas de teus meneios de cabeça, inocoerentemente singelos, profundos, irônicos em seus toques de humanidade que perambulam pelos ecos universalizantes de três destinos.

Tantas línguas, tantas formas e palavras e faces e pessoas, possibilidades, pausas e olhares, músicas e o silêncio das árvores nas tardes solidarizantes de calíope apaixonada. Três destinos, três momentos; quantos sentimentos...?

3 comentários:

Clarissa disse...

Noooooooossa!
Lindo, lindo, lindo...

Fiquei sem ter muito o que dizer. Comentários inteligentes nunca foram minha especialidade.
xD

De qualquer forma, obrigada por avisar.
Faremos mais visitas!

^^

Anônimo disse...

Adoro as coisas que você escreve. Confesso que por vezes me identifico com algumas partes, e gosto de como voce permite que as pessoas se tornem parte de seus pensamentos ou ao menos possam se refletir neles...

beijos

Anônimo disse...

Puxa...
Lendo o que vc escreve eu conclui que Schopenhauer tinha razão...
Mesmo assim, eu gosto do que vc escreve. Seja mais humilde com as palavras, são suas amigas e não inimigas. Não cometa o mesmo erro que eu =]

Passarei a visita-lo.