sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Saudade...

Que mergulha em palavras como quem se afoga em nuvem-carbono-oxigênio. Descoordenada, sistêmica, evaporante a sentença autofágica. Devora idéias como quem desliza entre histórias, colhendo passagens, o asfalto-silêncio das mesmas.

Fumaça, fuligem, a flor das memórias em chamas desbotadas, transe; some, desaparece, entretece presença inesperada. Corre por Atlântida de ponta cabeça, atlante espera - ampulheta a cair em reflexo de estrelas oceânicas, salgando celestes os teus livros ainda-não-lidos.

Silenciosa saudade, nua em partitura a se compor, fragmentada logo ali ao teu lado, a ensaiar palavras em prelúdios, não ditos. Os ecos dessa mesma saudade universal que transborda tua boca em citações, com essas tuas idéias tão lidas, tão suas, tão veementes que engolfam cor e alma em tua face, leitora.

Silente saudade, que em mim se torna melodia e curiosidade. Nem sei bem quais são essas cores azuis da saudade. Mas sei que elas, aqui, te eternizam.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Agora

Eu me apaixono por você
Toda vez que lhe vejo.
E esta talvez seja
Uma das mais eternas
E melhores sensações da minha vida...

Porque ela só existe no tempo
De um sorriso teu.

Vou sentir saudades,
Sempre.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Perspectiva

Ela é um jogo de mistérios,
Entre espelhos e vendas,
Ora em foco, ora escondida.
Feérica.

Desaparece num passe,
surge inesperada no outro.
Transita em ritmos diversos,
e por vezes me pergunta:
em que frequência
tu te encontras?

Ela é magnética,
com seu jeito de música,
sua voz em compasso, seus olhos
a refletir melodias.

Ela te conquista
sem nem perceber,
E ao mesmo tempo
se pergunta:
Por que não tornar
estas notas-tão-só-acordes?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

There's a lot inside of u, a lot inside of me

"Elétricas as borboletas,
Partem, partem,
Pele, pulso e ampulhetas."

Certas vezes nem todo o amor do mundo cabe nas palavras quase mudas de se dizer adeus com os olhos marejados... Certas vezes as palavras não ditas, como as cartas nunca escritas, como os versos que só se criam na mente do poeta... Certas vezes as fotos, as fotos, as músicas e tudo que me faz lembrar de você, presente e despedida em silêncios, quase que tão eternamente guardados a esperar por um de teus olhares...

O me afogar de outros universos nunca é o não pensar em você, porque só você é capaz de transformar sentimentos há tanto arraigados em silente expectativa de que... de que talvez, e tão somente talvez... em outro tempo, em outra vida, num mundo à parte; talvez...

"And all the world is made of energy, and all the world is possibility"

domingo, 6 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

You

Tu és brisa em hidrogênio
que energiza minhas sinapses
enquanto nas areias eu espero,
dormentes as engrenagens...

Tu és alma e epiderme,
flash estival carmesim
em que se aquietam as tempestades,
cujos negros olhos são os ecos
de um silêncio abissal abaixo dos poros,
cruzando os ângulos de minha solidez
a retornar em teus pêlos hirtos.

Porque sou apostas e vadiagem,
a refletir a imediatez surda
desses sussurros que se retardam,
enquanto outros explodem
em um milhão de elétricos segundos
além de profecias, suspiro e deicídio.